Vovó Caximbó num rolê sobre a arte nas escolas e na vida, relembra sua primeira história de 20 anos atrás a hoje, o que muda?
Na manhã de sábado do dia 9 de setembro de 2016, Maria Inês Mendonça que foi a criadora e intérprete da personagem Vovó Caximbó, faleceu aos 56 anos depois de lutar contra um tumor no cérebro.
Na ocasião, o portal de notícias G1 nos contou um pouco da sua trajetória artística:
Em 1988, no bairro Liberdade da cidade de Uberlândia, a Biblioteca Pública Municipal e a Secretaria Municipal de Cultura promoveram no antigo Projeto Circo Itinerante, o concurso ‘Descubra o Contador de Histórias do seu Bairro’. Maria Inês descobriu sua vocação mais profunda e ganhou o primeiro lugar do concurso.
Vovó Caximbó, a personagem criada para o concurso, ganhou vida própria. Brincando e relembrando elementos da cultura popular de nossa região, ela acompanhou o crescimento de crianças e famílias inteiras, valorizando o convívio, a lembrança, a leitura e a imaginação.
No ano de 2008, em comemoração aos 20 anos da Vovó Caximbó, foi montado o espetáculo ‘História Contada: Porta Aberta, Semente Plantada’, e elaborado o Livro/CD homônimo, em 2009.
Nesse mesmo ano o espetáculo foi considerado Patrimônio Cultural e Imaterial pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA), e premiado pelo Cena Minas – Prêmio de Artes Cênicas, da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais. A música tema do espetáculo, composta por Luiz Salgado e interpretada por Júlia de Almeida, ganhou o primeiro lugar da ação Canções para Arteiros, do Itaú Cultural.
Em Uberlândia, no ano de 1993, Maria Inês decidiu, juntamente com as amigas Brenda Marques e Lilia Pitta, ampliar as possibilidades de contar histórias, e começaram a construir bonecos. De papel machê nasceu o grupo ‘Faz de Conta’. Logo surgiu a proposta de se confeccionar bonecos a partir de sucata e encenar roteiros que se fundamentassem na educação ambiental e na transformação de valores.
Cada vez mais as portas foram se abrindo, os horizontes se ampliando, e o Grupo Faz de Conta pesquisou e atuou no Triângulo Mineiro e região, em frentes de trabalho como a contação de histórias; o teatro; o teatro de bonecos e formas animadas; a recreação; a pesquisa e revificação de histórias, cantigas, jogos e brincadeiras folclóricas; a arte-educação socioambiental.
“Ela era uma grande mestra, um dos grandes valores da cultura uberlandense. Muitos adultos assistiram as contações da Vovó Caximbó quando ainda crianças, e depois levaram seus filhos para assistirem também. Muitas gerações puderam ver as apresentações do Grupo Faz de Conta. Com ela aprendi muito, e é uma grande perda pra cultura de Uberlândia”, contou ao G1 Luiz Salgado, cantador e violeiro, que já trabalhou com Maria Inês em algumas produções de teatro e musicais.
O Grupo Faz de Conta atua até hoje fazendo apresentações em Uberlândia e região, e conquistando crianças e adultos com seu trabalho, iniciado pela grande artista Maria Inês Mendonça.
fonte: http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/2016/07/e-cremada-em-uberlandia-maria-ines-mendonca-vovo-caximbo.html